Função religiosa, imagem de Deus (imago dei) e o Si-mesmo
Talvez, um dos temas mais polêmicos na obra de Jung, diz respeito à religiosidade, em sua opinião as religiões se acham tão próximas da alma humana, com tudo quanto elas são e exprimem, que a psicologia de maneira alguma poderia ignorá-la. Porém, procurou deixar claro que o termo religião não se referia a uma determinada profissão de fé religiosa, e sim que toda confissão religiosa se funda originalmente na experiência do numinoso e na mudança de consciência que daí resulta. A religião como auto-representação de processos psíquicos inconscientes.
Desta forma, para Jung, a expressão de deus é arquetípica, presente em imagens primordiais, uma necessidade humana desde sempre que diante do desconhecido anuncia a importância fundamental de um agente central e regulador que sustente significados e coerências existenciais. Com sua frase definitiva “Querendo ou não, Deus está presente”, Jung revela desta forma que a despeito de crenças e não crenças, ateísmos fervorosos e religiões confessionais, a psique cria espontaneamente imagens de conteúdo religioso. A imago Dei, imagem de deus, não tem um representante único, é individual, cada um convoca seu deus à sua maneira. A imagem de deus é a representação do eterno no homem e a legitimação de sua importância diante de um universo imenso e assustador. E por ser arquetípica, modifica as roupagens, mas sempre surge manifestando o mesmo conteúdo.
Deus é um assunto que sempre ocupou Jung, desde muito cedo já pensava sobre essa questão. Se viu criticado por suas falas, mas se entender o que ele queria dizer a nossa visão também pode mudar e até mesmo nossa fé pode se transformar.
Ref Piscologia e religião 11/1
citações na ordem Paragrafo 18 Paragrafo 6

