Meu nome é Rafael Gama, e talvez você imagine que sempre soube que queria ser terapeuta. Mas a verdade é que cheguei aqui como muitos que me procuram: em busca de alívio, sentido e cura. Durante anos, vivi crises profundas de ansiedade, noites marcadas por insônia e pensamentos acelerados, dias atravessados por um cansaço que não era físico — era existencial. Em meio a esse caos silencioso, vi minha fé desmoronar, minhas referências internas se perderem e, com o tempo, me vi questionando tudo: quem eu era, por que estava aqui e o que fazia sentido continuar.

Foram tempos difíceis. Lembro de me sentir sozinho, mesmo rodeado de gente; de buscar respostas em livros, religiões, distrações — mas nada preenchia o vazio que crescia por dentro. Até que chegou um momento em que precisei parar de fugir e comecei a encarar. Busquei ajuda, fiz terapia, chorei em silêncio e também em voz alta. Foi nesse processo de reconstrução que percebi algo fundamental: o sofrimento, quando escutado com verdade, pode se transformar em caminho. Aos poucos, fui entendendo que aquilo que parecia fim era, na verdade, começo.